04/02/2009

Êta diarréia!


Entrei no busão pra sair da minha cidade e vir pra sampa. Sentei no banco, me ajeitei e me preparei pra dormir nos 60 minutos que duravam a viagem. Quando o motorista ligou o ônibus, sei lá o que aconteceu no meu estômago, senti tudo embrulhar, escutei aquele rosnado descendo pela espinha e um repentino toque na portinha de saída!

Caramba! Uma diarréia estava eminente!

Pior é que o ônibus não tinha banheiro!

Corri até o motorista e perguntei se não dava pra parar o ônibus pra eu correr até o wc da rodoviária (só assim para conhecer esse nobre recinto), e claro, ele não aceitou!

Fui para meu banco suando frio, espremendo uma perna na outra com medo de abrir um pouquinho e ser lavado pelo esgoto interno.

Sentei na maior dificuldade, com dor por todo lado, me contorcendo, tentando controlar a respiração e controlando a área de serviço.

Fiquei pensando em como sair daquela situação com dignidade, sem gritaria, e sem precisar descer no meio da estrada para soltar a trança atrás do busão.

Lembrei que eu tinha um saquinho de supermercado na bolsa que eu carregava para colocar o guarda-chuva, e tinha também um maço de papel higiênico para uma hora de emergência. Olhei ao redor e percebi que os últimos bancos estavam vazios. Fui pra lá no maior sacrifício, pingando um suor gelado e sentei lentamente pra não apertar a passagem do cargueiro (sabe como é, deu uma apertadinha e ele já relaxa legal achando que você já sentou no vaso).

Com o desespero, eu não conseguia raciocinar direito, e não sabia ao certo o que fazer, mas comecei a imaginar eu abrindo o saquinho no banco ao lado, arriando a calça, soltando o trem da alegria com toda a força que ele quisesse sair, pegaria o papel higiênico e daria um jeito na situação. Terminado tudo, amarraria o saquinho e jogaria pela janela. Azar de quem encontra-se o presente na estrada!

Mas essa cena não me agradou muito pois veio um reflexo rápido de o ônibus passar em um buraco bem na hora da limpeza e o saquinho abrir e esparramar a obra de arte por tudo.

O medo de dar errado foi tão grande que até pareceu que eu coloquei um cadeado no portão! Fechou que foi uma beleza.

Continuei suando frio e me contorcendo até a rodoviária e, com muito custo, consegui chegar ao wc.

Ao sentar foi aquela explosão! Parecia uma bomba atômica!

Depois de dar a descarga umas três vezes, sai de lá com a consciência tranquila por não ter emporcalhado a natureza!

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